Maio se tornou um mês diferente para mim. Sempre foi o mês do Dia das Mães, o que, por si só, já carrega uma carga emocional enorme. Mas no ano passado, tudo mudou de forma definitiva. Minha mãe fazia aniversário no fim de maio, no dia 28. No dia seguinte, 29, ela passou muito mal e precisou ser submetida a uma cirurgia. O procedimento foi delicado… e, no pós-operatório, ela teve sepse. Foi o início da despedida mais difícil da minha vida. Ela partiu no dia 30. Para quem não conhece essa parte da minha história, vale contextualizar: minha mãe enfrentava um câncer. A partir de fevereiro de 2024, a doença avançou rapidamente, e infelizmente, a levou no dia 30 de maio. Desde então, entre os dias 28 e 30, vivo uma travessia silenciosa. São dias que apertam o peito e me fazem lembrar da transição da presença para a ausência. Amanhã, dia 30, revivo o dia da perda. Mas hoje, o sentimento é de reflexão. E é por isso que hoje decidi compartilhar com vocês um pouco do que foram esse...
Abalo. Substantivo masculino que, segundo o dicionário, significa trepidação compulsiva, tremor, oscilação. Mas, para mim, ela ganhou um significado muito especial e ressignificou muitas coisas desde o dia 29 de junho, quando minha querida amiga Ju lançou seu livro com esse nome. A obra narra a jornada de um jovem haitiano, do terremoto de 2010 até o período pós-Covid no Brasil. O contexto do livro é, sem dúvida, um abalo profundo, não apenas para a vida do personagem Joslin, mas também para a própria Ju. Conhecendo a trajetória dela, sei que perder a Laura foi seu pior momento. Não consigo mensurar sua dor, mas sua vida está seguindo, dia após dia, entre abalos. Isso tudo me fez refletir e perceber o quanto essa palavra tem feito parte da minha vida ultimamente. Em novembro de 2023, quase morri. Sobrevivi a um grande susto e pude contar com minha mãe, que naquela época, estava no auge da sua saúde, mesmo com o diagnóstico de câncer. Em fevereiro de 2024, a doença voltou com força...