Maio se tornou um mês diferente para mim.
Sempre foi o mês do Dia das Mães, o que, por si só, já carrega uma carga emocional enorme.
Mas no ano passado, tudo mudou de forma definitiva.
Minha mãe fazia aniversário no fim de maio, no dia 28.
No dia seguinte, 29, ela passou muito mal e precisou ser submetida a uma cirurgia.
O procedimento foi delicado… e, no pós-operatório, ela teve sepse.
Foi o início da despedida mais difícil da minha vida.
Ela partiu no dia 30.
Para quem não conhece essa parte da minha história, vale contextualizar: minha mãe enfrentava um câncer.
A partir de fevereiro de 2024, a doença avançou rapidamente, e infelizmente, a levou no dia 30 de maio.
Desde então, entre os dias 28 e 30, vivo uma travessia silenciosa.
São dias que apertam o peito e me fazem lembrar da transição da presença para a ausência.
Amanhã, dia 30, revivo o dia da perda.
Mas hoje, o sentimento é de reflexão.
E é por isso que hoje decidi compartilhar com vocês um pouco do que foram esses 365 dias.
Dias em que a saudade apertou forte.
Dias em que precisei sorrir para continuar.
Momentos em que conversei com ela em pensamento, pedindo força.
E noites em que encontrei uma paz… uma paz diferente, mais leve, quase espiritual.
Com o tempo, fui compreendendo que minha mãe não se foi por completo.
Ela apenas não está mais do mesmo jeito.
Não me abraça com os braços, mas me envolve de outras formas.
Aprendi que o amor verdadeiro não termina com a ausência física.
Ele muda de forma. Permanece. Se aprofunda.
Trouxe esse relato hoje porque sei que todos nós, em algum momento, enfrentamos perdas.
E talvez alguém aqui também esteja aprendendo a conviver com o silêncio de uma ausência.
A dor existe, sim.
Mas ela também ensina.
Ensina sobre o valor do agora, da presença, do tempo que temos.
Ensina que seguir em frente não é esquecer. É caminhar junto com a memória, com o afeto, com tudo o que ficou.
Hoje, um ano depois, posso dizer que um vazio na alma permeia, e sei que será será para sempre.
Mas sinto-me mais inteira.
Mais consciente do que realmente importa.
E mais conectada com a forma como minha mãe segue viva em mim.
Se ela pode me ouvir, e eu acredito que pode, deixo aqui minha gratidão:
Obrigada, mãe, por tudo o que deixou em mim.
Pelo amor firme, pela coragem, pelo cuidado com minha vida e com meu filho.
Sinto saudade, mas sinto ainda mais vontade de honrar sua história.
Com presença, com vida e com generosidade.
Porque o amor verdadeiro não acaba.
Ele se transforma.
E continua com a gente, sempre vivo e belo, como você sempre foi.
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