Eu ainda falando de Rubem Alves...
Do mesmo livro citado na postagem anterior, Rubem retratou através da crônica A Pipoca, a nossa capacidade de sonhar e fazer relações metafóricas inteligentes e de grande significado; a pipoca e o ato de pensar...
É uma reflexão inspiradora e realista.
Compartilho aqui um trecho que gosto muito.
"...Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança uma situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: Perder um amor, perder um filho. O pai, a mãe, perder um emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: Apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade de grande transformação também. Imagine a pipoca fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: Vai morrer!
Dentro de sua casca dura fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. Ai sem aviso prévio, pelo fogo a grande transformação acontece: Boom!!! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente. Algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, ainda existe o milho que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo..."
Do mesmo livro citado na postagem anterior, Rubem retratou através da crônica A Pipoca, a nossa capacidade de sonhar e fazer relações metafóricas inteligentes e de grande significado; a pipoca e o ato de pensar...
É uma reflexão inspiradora e realista.
Compartilho aqui um trecho que gosto muito.
"...Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança uma situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: Perder um amor, perder um filho. O pai, a mãe, perder um emprego ou ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: Apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade de grande transformação também. Imagine a pipoca fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: Vai morrer!
Dentro de sua casca dura fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. Ai sem aviso prévio, pelo fogo a grande transformação acontece: Boom!!! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente. Algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, ainda existe o milho que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo..."
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